"NAO ESTOU DE ACORDO COM O QUE DIZES, MAS

DEFENDEREI ATÉ A MORTE TEU DIREITO DE DIZÊ-LO!"

EVELYN B. HALL (atribuida a Voltaire).



martes, 3 de marzo de 2015

Terminal rodoviário norte de Nampula, um crime que a “Natureza” julgou

O novo parque de veículos automóveis de Nampula, propriedade de um empresário “local” trás a memoria daquelas situações em que as pessoas dizem: “um dia Deus vai julgar”.
Entre atropelos das práticas costumeiras e pontapés a legalidade um monstro foi surgindo em Mutava-Rex. Os habitantes da zona, como que resignados, foram apenas choramingando aos ouvidos uns dos outro e, quem lá sabe, rogando em segredo que um defensor de outras esferas os pudesse socorrer. É que: ali, no local onde está instalado o “Parque Municipal” até a data em que este foi construído se localizavam os poços de água que garantiam a segurança do precioso liquido mesmo em tempos de extrema falta sua. Quando os poços das redondezas secassem, ali se fazia local de encontro sobretudo de mulheres de diversas comunidades dos confins dos bairros de Namutequeliua e Namicopo. A construção deste empreendimento cortou de um dia para o outro a certeza de que as pessoas tinham de que nunca ficariam sem água para beber e, naturalmente, também para o asseio.
Somava-se com esta outra tristeza, que, milagrosamente, os “maputenses” ajudaram a salvar-se dela. Maputenses, em fala local “aMaputo”, que significa oriundos de Maputo, neste caso concreto são uns técnicos de construção que estiveram construindo o edifício que fabrica o jornal “A Verdade”, propriedade de um tal Charas. Conta-se que alguns destes intervieram quando a expansão dos serviços do novo terminal abrangeu o cemitério local e os cemitérios iam sendo aplanados sem pré-aviso aos familiares dos defuntos que, de tanto maltratados pelos senhores de grandes posses, não fazem mais do que resignar-se. “Os Maputenses ameaçaram meter queixa-crime” e o proprietário e construtor de seu empreendimento, que hasteava duas bandeiras vermelhas de partido na entrada do ambicioso projeto, então respeitou. O povo agradeceu batente e isto ficou na memória, pois enquanto restos houverem daquele cemitério memorar-se-á do seu salvador.
O que é de estranhar é que o parque nega a funcionar. Estão sendo envidados todos os esforços entre as autoridades municipais em coordenação com a PRM para garantir o funcionamento do Terminal Rodoviário Norte, mas continuam água abaixo. Vai pelo menos pouco mais de um ano em que foi inaugurado e permanece ‘em ruinas’.

Os “injustiçados” chegam a dizer que uma mão invisível, talvez, lhes tenha feito justiça. É provável que não passe de uma simples crença e um dia o projecto venha a gartificar os seus donos, para quem provavelmente, as creancas tenham ficado para a idade do pau e da pedra, contudo a mera coincidência dos factos não deixa de alimentar uma “satisfação” momentânea: “houve uma paga para a injustiça” e, como não foi feita por mão humana, crê-se que seja um ser superior.  Dado que na civilização hodierna superior ao homem só pode ser a natureza, então deve ser ela quem se responsabilizou de tudo.

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