"NAO ESTOU DE ACORDO COM O QUE DIZES, MAS

DEFENDEREI ATÉ A MORTE TEU DIREITO DE DIZÊ-LO!"

EVELYN B. HALL (atribuida a Voltaire).



jueves, 19 de diciembre de 2013

Divagando em “Pais onde ‘não há Guerra”


O comendante de uma companhia desabafa em conversa amiga:
Comandante: Sabe?, a coisa não anda bem.
Amigo: que coisa?
C_ Esta Guerra. É das mais dificeis.
A _ Poderia esclarerer-me?
C _ Você sabe que estou afecto em Cuamba desde que nos separamos. Agora vim a Nampula de passagem ao Centro para reforçar o efectivo militar ali em operaçoes. Ja teria avançado, mas quando cheguei, houve os acontecimentos de Rapali/Caramaja que fizeram com que eu permanecesse aqui esperando ver como se desenvolveria a situaçao, por aqui.
A _ você esta ansioso em prosseguir?
C _ Antes pelo contrario, …  estou em apuros.
A _ Apuros?!!!
C _ Deixe-me dizer-lhe uma coisa: os jovens militares que me foram afectos são tão abertos que me dizem de caras e a frio que, se lá formos, eles não se envolverão em combates. Segundo eles, irão deixar as armas e o fardamento comigo e eles sumirão.
A _ Para onde?
C _ Regressarão.
A _ São conversas de homens reunidos para fazer passar o tempo.
C _ Nada disso! … o meu colega, tambem ido desde Cuamba, passou por uma situaçao dessas. Os soldados deixaram o fardamento e o armamento e se foram sem deixar rasto.
A – Que falta de seriedade!
C _ Olha, eles são muito claros ao abordar o assunto: dizem que não estãao dispostos a morrer por uns dois mil meticais. Talvez por uns sete mil, como os da FIR, pudessem arriscar a vida.
A _ (com um tom alterado, meio sorridente): São brincadeiras!
C _ Que brincadeiras: todos eles usam sua veste civil, debaixo da farda, como que dizendo que a qualquer altura estão dispostos a partir.
A _ E qual é a postura deles frente ao dever patriotico?
C _ Eles, pura e simplesmente dizem que não sabem por que estão sendo sacrificados.
A _ E você.
C _ Ordens sao ordens. (Baixa a cabeça, fica um tempo de silêncio)