"NAO ESTOU DE ACORDO COM O QUE DIZES, MAS

DEFENDEREI ATÉ A MORTE TEU DIREITO DE DIZÊ-LO!"

EVELYN B. HALL (atribuida a Voltaire).



martes, 24 de febrero de 2015

E o MDM está perdendo campo em Nampula


Noto-o com muita tristeza e “anoto-o” para alerta.
Com tristeza porque os munícipes desta urbe o escolheram como alternância governativa e esperavam coisas melhores. Recordo-me dos SMS de propaganda eleitoral que circulavam em quase todos os celulares com os quais os citadinos se convidavam a ir em massa as urnas e votar na mudança _ creio que mais de metade dos eleitores foram convencidos via SMS.
Junto a uma unidade bancaria tive informações de como tinha sido aderida a contribuição para o “warya wa Wamphula” (Brilho de Nampula). Tive conversas com alguns empresários que tinham de contribuir de forma disfarçada por medo de serem catalogados “da oposição” pelo governo da FRELIMO e dai sofrerem tudo aquilo que a ela tem sido reservada por este mesmo governo: inspecções fantasmas, multas pesadas, e, enfim, todo tipo de assédio.
Era grande a expectativa dos residentes da terceira maior cidade do pais.
Sou agora testemunha do descontentamento que tem estado a verificar-se nas mesmas pessoas que convidavam a aderir na mudança. Este governo pode correr risco de passar para a historia com o cognome de “Governo das Demolições”. Não bastou que aparecesse por primeira vez, depois de tomar posse, a exibir a demolição de instalações de um parque automóvel de um empresário local: destruir sem prévio aviso ou criar artimanhas para encontrar ilegalidade nalgum processo, e dai “agir” tem sido a maneira que mais compensa as suas realizações.
Um governo que não da direito aos utentes de terra a se expressarem na hora de expropriação: o director da urbanização no concelho municipal tem na ponta da língua o termo “A terra pertence ao Estado”. Em seguida diz que a Lei somente permite ao Estado tudo o que tem a ver com seus trâmites. Esquece-se que essa mesma Lei diz que quando o Estado retira o cidadão do seu espaço tem que lhe compensar pelos bens tangíveis e intangíveis, pela roptura da coesão social, entre outras compensações que lhe devem ser feitas, para além de esse mesmo cidadão ter que ser informado atempadamente dos instrumentos desse processo de ordenamento territorial. _ Não sei se aquilo que tem acontecido aqui e expropriação garantida por Lei ou simples usurpação. Sei que isto acontece em muitos sítios e relatei algum outro caso gritante, mas aqui pesa mais por ser um governo da alternância que tem feito isto.
Reportei a algumas pessoas influentes no MDM dentro do pais e agora faço-o também para o Kawaria e outros que apoiam a causa do MDM a ajudarem ao seu partido a não cair em descredito.

Tenho muito a falar sobre isto, mas evitarei ser alongado demais.

domingo, 1 de febrero de 2015

Poder/ prestígio e sangue


Embora diferentes os vocábulos poder e prestígio vou considerar como se fossem o mesmo. Alias, quem ostenta prestigio até certo ponto ostenta poder e ninguém aspira a um poder sem prestigio.
Aspirar ao poder faz parte das necessidades dos seres animados e faz-se acompanhar da ambição, uma necessidade básica e neutra (no elenco das necessidades de Murray). Porem, tudo o que é neutro e susceptivel a corrupção e a ambição não poucas vezes é acompanhada pela neurose _ dando-se o caso de ambiciosos neuróticos (disto tratam os peritos em assuntos da psique e a eles remito).
Quando a necessidade de poder/prestígio faz-se acompanhada da ambição neurótica, que instiga os sujeitos a não desistirem sem alcançar os fins almejados é então que se chega ao derramamento de sangue.
Aqui não me dedicarei ao/s caso/s do tipo agressão física ou envenenamentos ou outros pelos quais se pode destruir fisicamente ao adversário. Falarei sim de práticas mais frequentes, as que consistem em ir a um curandeiro e confiar-lhe a materialização de tal pretensão. O curandeiro é uma pessoa que tem poderes para fazer acontecer certos fins, mas estes poderes não lhe são próprios. Geralmente ele tem um pacto com outros “poderes” invisíveis. Este pacto tem que ser renovado com certa regularidade. O pacto tem sido selado com derramamento de sangue e enquanto durar será alimentado regularmente com sangue. Muitos chefes, directores e outros mais não ignoram o que é ir ao curandeiro seja para ascender ao cargo como para assegura-lo. O curandeiro exige sempre algo em troca, pois ele também e exigido com seu “master” espiritual. Quanto mais alto ou prestigioso for o aspirado mais caro se paga: para quem quiser enriquecer tem que sacrificar alguém muito próximo. Normalmente, esta escolha faz-se pela aparição de seus parentes numa espécie de espelho (magico) e a pessoa aponta aquele que escolheu; depois cabe ao curandeiro fazer acontecer o derramamento de sangue. Quando se trata de ser grandes empresários, fica-se nalguns casos com obrigação de sacrificar até os utentes de serviços prestados: uma grande transportadora de passageiros terá que ir sacrificando seus passageiros uma vez por ano; uma falsa “igreja” ou mesquita sacrificará algum fiel; um governante o fará a seus governados, todos com certa regularidade sob ameaça de cessar o pacto e ser severamente sancionado.
Espero que meus leitores não olhem a todos os “bem posicionados” como usando este tipo de procedimento, mas não são poucos os que têm isto como pratica para alcançar suas aspirações de bem sucedidos. Alerto a seguir que isto tem custado muitas vidas humanas: tem havido agregados familiares em que determinadas pessoas não conseguem fazer filhos e viver por muito tempo, porque já estão empenhadas; transportadoras que fazem anualmente holocaustos de vítimas humanas e dirigentes com frequentes massacres em seus mandatos.

Não é tudo, mas poderia ficar muito “aburrido” para si seguir lendo.