Tem-se ouvido
falar e até de forma enfática de “unidade nacional”, _ e, de tanto repetir-se,
cheira a que a coisa não vai bem por ai. De facto a unidade nacional não é um
dado definitivamente adquirido: como já se viu em certos casos os territórios
que nalgum momento histórico constituíram uma única nação chegam a um outro
marco em que passam a nações plurais. E, na maioria dos casos, tem sido por
causa de gestão não inclusiva por parte daqueles que levam a chave do Estado:
as segregações levam aos segregados a tomar consciência de sua exclusão e põem
tudo o que estiver a seu alcance para trazer a igualdade, a representatividade,
a inclusão e tudo que crie um bem comum repartido equitativamente para todos.
Os que tiram proveito dessa situação e/ou estado de bolo mal repartido se
empenham a defender os seus interesses dando por fora uma cara de bons
servidores e assim se afirmando em seus discursos, mesmo que a olho nu de
qualquer “mancebo” se veja que o calibre não e do tamanho das munições. Permanecendo
a situação insana, não resta mais alternativa aos segregados que alinhar pelo
caminho de sua “libertação”. E quando a autodeterminação está garantida todos
os sacrifícios ficam consentidos, inclusive o das próprias vidas a prol do bem almejado.
Em Moçambique as
coisas podem não tardar muito a ir por ai: os frelimistas tendem a fazer
perpetuar o partido FRELIMO no poder custe a que custar, inclusive massacrando,
como o caso de Montepuez, silenciando vozes discordantes com a sua postura e
forma de governar; sujando processos eleitorais: eleições de 1999 em que se
negou a recontagem dos votos, coisa que teria sido muito esclarecedora nas
duvidas havidas, e de 2009 em que não houve clareza na exclusão de uns
concorrentes (sujeitos e partidos) em determinados círculos eleitorais e cuja
busca de esclarecimento ficou em carteira por tempo indeterminado. A segregação
envolve contornos monumentais e por pouco não expulsam do pais o moçambicano que
não dê o viva a FRELIMO _ queira Deus livrar-nos que na vindoura Constituição
da Republica se autorize este mal. Hoje, se não tens cartão de membro do
partido no poder não és cidadão em tudo o que isso significa. Se dás alojamento
a um membro da oposição já és inimigo. Se discordas com a postura de partidarização
do Estado és oposição e és imediatamente expelido do aparelho do Estado. Se
falas contra as más praticas dos governantes ficas conotado de diabo, um espírito
mau de que se purgar e ficas excluído de usufruir de qualquer beneficio de que
o Estado te e devedor. Sumarizando, a FRELIMO se converteu em uma máquina ejectora
que expele tudo o que não se identifica com sua cor partidária.
A situação está
sendo alarmante; o alerta já subiu a nível máximo; não há muito espaço para
falar disto de viva-voz por que não sabes com quem estarás falando mas a
verdade é que as coisas não andam bem por causa do partido no poder.
Curiosamente este partido está sendo visto como sulista_ quem sabe da história
da luta de libertação colonial não tem dúvida; quem teve as experiências do pôs
independência ainda se lembra de onde vinham os chefes; as primeiras eleições
gerais de 1994 e as de 1999 demonstraram que o norte está(va) farto de um
partido com assento no sul; Gaza reclama o título de bastião da FRELIMO e a
isso se bate; Beira quer libertar-se de uma exclusão opressora de há muito. Em
nome de unidade nacional busca-se Primeiro(a) Ministro(a) de zonas ditas das
mais excluídas e depois se descarta como se de lixo se tratasse.
A casa está suja!
O suporte da unidade está tão estirado que a qualquer momento a ponte sobre o
Save desaba. A culpa é e ficará exclusivamente a cargo dos frelimistas da
FRELIMO.
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