Tomemos poe exemplo um professor ou um policia de proteção que conseguiu comprar uma viatura para se deslocar ao serviço _ e claro que estes não adquirirão um carro em primeira mão (se for em terceira, ate’ serão suspeitos).
Este funcionário agilizara pra si, e talvez pra alguém mais, a dificuldade de transporte.
Ele tem que circular em estradas péssimas para ir e vir do local de trabalho _ já tem aqui um constrangimento.
Agora seu salario nem sempre chega a hora e, às vezes, tem que apertar o cinto ate’ quase se cortar.
Adicionado a isso, já leva consigo a amargura de suportar uma divida que alguém contraiu e lhe imputou: queira ou não, deve paga-la.
Mais ainda, mesmo sabendo-se que a maior parte de acidentes rodoviários e’ devido ao erro humano, as sanções de inspeção são rígidas nas condições de periferia como o vidro lateral raspado. Este proprietário de viatura vai somar a angústia de pensar que sua viatura vai chumbar na inspeção por uma coisa de nada.
Como se tudo isso fosse pouco, vão exigir que este funcionário seja rentável.
Uff! Quem não estoirar: só porque você sabe que eu tenho carro, vai me obrigar a andar em estradas esburacadas, cheias de poeira e gravilha, chegar ao local de trabalho pontualmente, ficar o dia sem lanchar (porque não da’ para isso), descontar do meu misero salario pra pagar a tua divida; pensar no polícia de trânsito a caminho de regresso a casa; pensar no chumbo da minha viatura na Inspeção, e no fim exigir-me que eu renda a cem!
Chumbar uma viatura porque tem vidro raspado e’ um absurdo olhando para as condições das nossas rodovias e nossas posses. Talvez tenha sua razão de ser onde o Estado pretira a paternidade e se engaje no “faz de conta”: um Estado de fachada!