"NAO ESTOU DE ACORDO COM O QUE DIZES, MAS

DEFENDEREI ATÉ A MORTE TEU DIREITO DE DIZÊ-LO!"

EVELYN B. HALL (atribuida a Voltaire).



lunes, 20 de abril de 2015

Dizem que

Dizem que Moçambique e’ “Livre e Independente,
E quem diz são aqueles que coartam as liberdades básicas de um ser humano;
Dizem que Moçambique e’ uno e indivisível,
E quem diz são aqueles que descriminam uma parte dos moçambicanos;
Dizem que são o ‘Garante da Paz’,
E quem diz são aqueles que importam armas de guerra e metem-se nas matas, …
Dizem que RENAMO destruiu a economia nacional no pós independência,
E quem diz são aqueles que deportaram os fazedores da economia nacional;
Dizem que as forças militares e policiais em Satungira e Maringue são para proteger o lider da RENAMO’
E quem diz seu aqueles que ordenaram a sua captura e/ou morte
Dizem que mataram a Urias Simango porque insistia na propriedade privada,
E quem diz são aqueles que tem o país como propriedade pessoal;
Dizem que estamos em Paz,
E quem diz são aqueles que mobilizam equipamento e hostes para a guerra;
Dizem que Filipe Nyusi e FRELIMO ganharam as eleições,
E quem diz são aqueles que desviaram os editais do processo eleitoral;
Dizem que quem matou a Gilles Cistack foram dois cidadãos de cor branca,
E quem diz são aqueles que mostraram três cidadãos negros;
Dizem que Afonso Dlakama está importando ideias do Ocidente,
E quem diz são aqueles que trazem frota da EMATUM da Europa do poente;
Dizem que somos iguais perante a Lei,
E quem diz são aqueles que arrestam a prisão seus pares na imunidade,
Dizem que Muchanga ofendeu,
 E quem diz são aqueles que atiraram primeiro;
Dizem, dizem, dizem que…
E vós pensais que eles mentem.
Mentir e’ ser disfarçado, mas eles não o são. Eles são congruentes. É assim mesmo que eles são: está la toda a sua originalidade. Não e’ que estejam desvirtuados, são como são e assim dizem o que dizem.
Claro que eles se sentem ofendidos quando vós designais por ‘mentira’ a maneira deles de ser.

SE VÓS ESPERARDES QUE ELES MUDEM PARA IMPLEMENTARDES VOSSOS SONHOS, ENTAO DIGAM ADEUS A ESSES SONHOS PORQUE NUNCA UM PAU SECO SE TORNA ARVORE FRONDOSA. 

miércoles, 15 de abril de 2015

Filipe Nyusi em falsete.


Falsete e’ um termo que se usa na linguagem musical. Vem da palavra “falso”. Embora parece um diminutivo e’ um falso real. Usa-se quando as vozes masculinas graves tentam imitar as (vozes) de mulheres ou de crianças. (você já imaginou?!)
Ainda não deu três passos e já se arrependeu da sua primeira glória, a saber, o dialogo com o líder da RENAMO.
Numa entrevista aos jornalistas em Gaza, Filipe Nyusi disse: "O povo acha que foi bom termos falado [nos encontros entre o chefe de Estado e o líder da Renamo], mas, para mim, não foi bom porque não chegámos a conclusões para ultrapassar este assunto".
O povo acha que foi bom, mas para mim não foi bom. Esta’, aqui claro que há duas percepções adversas: Povo e Filipe Nyusi. Pelo que transparece há dois polos e o primeiro deve receber a carga do segundo, neste caso, o universo ao elemento.
Na mesma entrevista Filipe Nyusi continua: "Nós estamos a fazer tudo para encontrar soluções para este problema, mas estas soluções não podem violar a Constituição. Eu jurei defender a Constituição da República".
Apreciações:
1ª - Usando postura contundente: _ se Filipe Nyusi jurou defender a Constituição, então reponha a verdade constitucional sobre a sua ascendência a presidência e diga: ‘em nenhum momento a constituição permite que se validem resultados eleitorais sem os editais dos votos, sendo assim eu não sou presidente eleito’. e decida entre abdicar do cargo ou convocar eleições antecipadas _ coisa esta também de que não teria legitimidade, se atermo-nos ao seu legalismo.
2ª - Conta-factos: Filipe Nyusi que jurou defender a Constituição comanda ataque as hostes da RENAMO em Guija. Um acto anticonstitucional grave.
3ª - Pré-leitura: Nyusi adianta que “não foi bom por não se ter chegado a conclusões”, conclusões essas que “não violem a Constituição”. O que leva a ele dar seu veredito “ não foi bom” se nenhuma conclusão foi dada e o processo esta’ ainda em curso (e esta’ sendo atrasado pela Bancada do seu partido no Parlamento)?
Pode parecer que Filipe Nyusi tentou enganar a Afonso Dlakama. Visto que este ultimo já estava a portas de concretizar suas promessas, ele procurou diverti-lo para retardar enquanto se preparava. Se assim fosse, já teria conseguido e bem, pois ‘Dlakama engoliu a isca’ e o tempo dilatou por tempo indefinido. A ser este o espirito de Nyusi, poder-se-ia deduzir, com poucas margens de erro, de que teria preparado a jogada com seu partido e teriam acordado em remeter Dlakama e sua proposta ao Parlamento de onde seria chumbada por inconstitucionalidade e deixar DLAKAMA, RENAMO e o POVO arrasados debaixo da Constituição, enquanto ele e seu partido passeiam a sua classe por cima da mesma. _ Aqui se poderia enquadrar a morte do visionário Gilles Cistake, que estava trazendo luz para se visualizar o enquadramento do pedido de Afonso Dlakama na Lei mãe.
De facto Nyusi foi calculista e sorrateiro. Ao princípio, tudo foi feito com aprumo humano: o homem que jurou respeitar a constituição saiu sem casaco nem gravata a procura de seu colega e sentou e conversou com ele em ambiente familiar para tratar assuntos da nação. Depois de haver consigo figurar como interessado pelo povo e angariado muitos elogios, partiu para a sua segunda façanha: arrancar o poder ao seu tutor e artista de sua estatura politica, o senhor que entrou patrão e saiu pato-rã-reu. Vencida esta batalha voltou a fazer um ensaio bélico com as perdizes: escamoteou os observadores atentos e deu o cargo de observação aos seus tios do Zimbabwe e, não havendo quem pudesse observar, abriu fogo contra seu adversário. Só que: a perdiz não e’ dorminhoca.
Foi depois de uma derrota militar e de afirmação de Afonso Dlakama de que com ou sem aprovação do Parlamento a proposta se iria implementar, _ depois de perceber que a sua ginástica poderia não ser confortável -, que cai na conta de que “não foi bom ter-se encontrado com o Líder da RENAMO”, que não se deixa nem enganar nem vencer.
A mim já me faz perceber que Filipe Nyusi não tem voz própria e canta como voz emprestada. Alias Nyusi e’ continuador de Guebuza e seus antecessores, o construtor do quinto piso desse edifício em que nos puseram a morar desde 1975.
Se não fossem considerações de marco ôntico eu intitularia “FILIPE NYUSI FALSETA” e não Filipe nyusi em falsete. Nesse caso estaria dizendo que Filipe Nyusi e’ falso e desleal, mas não tenho autoridade de classifica-lo assim.


P.S. Vejo um Filipe Nyusi em pé e aprumado, com os braços erguidos segurando um livro, “A Constituicao”, o pais a arder, as pessoas a morrerem, com uma violência brutal e a economia a desmoronar-se. Ele imóvel, defendendo a Constituição que jurou respeitar.

viernes, 3 de abril de 2015

RENAMO, um arrimo insustentável?!

Arrimo significa “apoio, amparo, suporte, proteção, auxilio”.
E isso foi o que a população moçambicana, sobretudo os povos do centro e norte do país esperavam da RENAMO e de Afonso Dlakama sobretudo depois do desarbitrio de Satungira.
O partido, e sobretudo o seu líder, ficou sendo a esperança que alentava o povo na sua luta quotidiana para a recuperação da dignidade humana e de cidadania que lhe foi sendo usurpada pelo partido FRELIMO no poder.
Dlakama chegou de dizer, várias vezes e durante o acordo de cessação das hostilidades, que defendia os interesses do povo e combatia as assimetrias económicas regionais, _ e disse que nesse aspeto era válido o acordo.
O povo encontrou um suporte fiável e um homem forte diante de uma FRELIMO bárbara, assassina, usurpa-terras, priva-direitos, segregadora, monopolizadora do Estado, … e até irracional.
Apoiou-o durante a tentativa de assassinato movida por Armando Emílio Guebuza e seus capangas. Acolheu-o euforicamente quando saia vitorioso das matas; depositou nele seu voto nas urnas a 15 de Outubro. Exige que o governe após a evidente fraude eleitoral.
E isto tudo que bem abona ao líder também produz efeito em seu partido, mesmo sabendo-se que seus deputados, às vezes se prostituem com seus colegas de assento votando em benesses que aumentam o fosso entre as elites e as massas. Aliás, a confiança está depositada mais no braço armado que nos parlamentares.
A constante protelação da tomada de posse do candidato eleito acompanhada de seus discursos “apaziguador-promissores” já começam a desgastar a “sua gente” e as posições tomadas são diversas: os mais débeis prometem um desesperado adeus ao líder e ao seu partido; os que podem usam de críticas abertas; os combatentes se manifestam impacientes e estão dispostos a soluções do tipo “morra Sansão com toda gente”; muitos jovens estão esperando por alguma oportunidade de novo enfrentamento militar para combater contra a FRELIMO.

Se Dlakama e seu partido não conseguirem sustentar a expectativa, diviso, _queira Deus que eu me engane_ um porvir acre para a pérola do indico. E esse futuro resulta da conjugação da intolerância da FRELIMO e da inoperância da RENAMO.