"NAO ESTOU DE ACORDO COM O QUE DIZES, MAS

DEFENDEREI ATÉ A MORTE TEU DIREITO DE DIZÊ-LO!"

EVELYN B. HALL (atribuida a Voltaire).



viernes, 28 de junio de 2013

Quando a FRELIMO massacra todos devem calar-se, …



Vem-me sempre a mente as mortes provocadas na cadeia de Montepuez pelo partido FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique), partido no poder em Moçambique: não poucas dezenas de “Xincondos”, enterrados em vala comum; mortes planejadas para exibir poder e dar de manifesto que aqui ninguém manda nem piam. Mortes outras em Nampula, … mortes todas provocada pela FRELIMO e por ela imputadas a RENAMO para confundir a opinião pública; mortos cujas famílias foram insultadas quando levantada a bandeira a meia haste evocando-se luto nacional para chorar os simpatizantes e membros do partido RENAMO a quem se disse que foi a RENAMO que matou (presos pela policia da FRELIMO e introduzidos numa cadeia onde nem eram visitados e bem guarnecidos pela mesma policia que as prendeu para no fim dizer-se que foi a RENAMO que os matou).
Nunca cairão no esquecimento os Heróis difamados: Uria Simango, Lazaro Nkavandame, Jaona Simeao e outros, alguns dos quais diz-se terem sido mortos porque se opunham a projecção de instalação de lojas do povo, _ um ensaio que produziu nada e mais vergonha. Na lista vão muitos outros como o jornalista Carlos Cardoso, do comandante Issufo (de quem muita memoria me fica dos momentos em que juntos interagimos) e outros mais nos nossos tempos _ aqui ficou difícil buscar bode expiatório porque no caso Carlos a verdade veio de cima: os autores materiais do crime confessaram quem foi o mandante: foi de dentro do palácio.
Não houve espaço para protesto de repúdio a essas acções porque a máquina repressiva estava montada, equipada e bem-disposta a fazer mais vítimas.
Quando morre um membro da RENAMO não é uma pessoa que morre, não é um moçambicano que deixa de existir é apenas um membro da RENAMO.
A vandalização das sedes da oposição deixa bem claro que a FRELIMO não esta disposta a conviver pacificamente com qualquer alternância política. Em postagens anteriores venho falando de como o partido no poder e o seu governo têm sido os causadores da instabilidade sociopolítica e de ameaça à segurança e a paz em Moçambique. A situação está de mal a pior: efectivos do exército estão sendo mobilizados para o centro do país, para resolver militarmente uma simples questão: o pacote eleitoral do qual a RENAMO propõe apenas uma simples revisão. Faz-se necessários contingentes militares e policiais, carregamentos de material bélico e avultados custos de manutenção de tudo isso para resolver essa questão? Fazia-se necessário uso de força bruta e massacre de centenas de moçambicanos para responder a questão de recontagem dos votos nas eleições de 1999? _ E precisamente destas eleições veio grande parte da instabilidade que hoje se vive: deixaremos acaso de chorar os nossos irmãos só porque está a verga levantada para se nos pôr musculosamente às costas? Eu chorarei: chorarei os meus irmãos massacrados desde tempos de luta de libertação até hoje: chorarei as mortes sabidas e as não esclarecidas; choro Montepuez, choro Natchingueia, choro campos de reeducação, … choro mortes dos mais queridos e corajosos filhos da nação em defesa de Estado de Direito mortos para “defender a soberania do Estado”.