"NAO ESTOU DE ACORDO COM O QUE DIZES, MAS

DEFENDEREI ATÉ A MORTE TEU DIREITO DE DIZÊ-LO!"

EVELYN B. HALL (atribuida a Voltaire).



viernes, 1 de febrero de 2013

“Unidade Nacional”, um discurso descabido


Tem-se ouvido falar e até de forma enfática de “unidade nacional”, _ e, de tanto repetir-se, cheira a que a coisa não vai bem por ai. De facto a unidade nacional não é um dado definitivamente adquirido: como já se viu em certos casos os territórios que nalgum momento histórico constituíram uma única nação chegam a um outro marco em que passam a nações plurais. E, na maioria dos casos, tem sido por causa de gestão não inclusiva por parte daqueles que levam a chave do Estado: as segregações levam aos segregados a tomar consciência de sua exclusão e põem tudo o que estiver a seu alcance para trazer a igualdade, a representatividade, a inclusão e tudo que crie um bem comum repartido equitativamente para todos. Os que tiram proveito dessa situação e/ou estado de bolo mal repartido se empenham a defender os seus interesses dando por fora uma cara de bons servidores e assim se afirmando em seus discursos, mesmo que a olho nu de qualquer “mancebo” se veja que o calibre não e do tamanho das munições. Permanecendo a situação insana, não resta mais alternativa aos segregados que alinhar pelo caminho de sua “libertação”. E quando a autodeterminação está garantida todos os sacrifícios ficam consentidos, inclusive o das próprias vidas a prol do bem almejado.
Em Moçambique as coisas podem não tardar muito a ir por ai: os frelimistas tendem a fazer perpetuar o partido FRELIMO no poder custe a que custar, inclusive massacrando, como o caso de Montepuez, silenciando vozes discordantes com a sua postura e forma de governar; sujando processos eleitorais: eleições de 1999 em que se negou a recontagem dos votos, coisa que teria sido muito esclarecedora nas duvidas havidas, e de 2009 em que não houve clareza na exclusão de uns concorrentes (sujeitos e partidos) em determinados círculos eleitorais e cuja busca de esclarecimento ficou em carteira por tempo indeterminado. A segregação envolve contornos monumentais e por pouco não expulsam do pais o moçambicano que não dê o viva a FRELIMO _ queira Deus livrar-nos que na vindoura Constituição da Republica se autorize este mal. Hoje, se não tens cartão de membro do partido no poder não és cidadão em tudo o que isso significa. Se dás alojamento a um membro da oposição já és inimigo. Se discordas com a postura de partidarização do Estado és oposição e és imediatamente expelido do aparelho do Estado. Se falas contra as más praticas dos governantes ficas conotado de diabo, um espírito mau de que se purgar e ficas excluído de usufruir de qualquer beneficio de que o Estado te e devedor. Sumarizando, a FRELIMO se converteu em uma máquina ejectora que expele tudo o que não se identifica com sua cor partidária.
A situação está sendo alarmante; o alerta já subiu a nível máximo; não há muito espaço para falar disto de viva-voz por que não sabes com quem estarás falando mas a verdade é que as coisas não andam bem por causa do partido no poder. Curiosamente este partido está sendo visto como sulista_ quem sabe da história da luta de libertação colonial não tem dúvida; quem teve as experiências do pôs independência ainda se lembra de onde vinham os chefes; as primeiras eleições gerais de 1994 e as de 1999 demonstraram que o norte está(va) farto de um partido com assento no sul; Gaza reclama o título de bastião da FRELIMO e a isso se bate; Beira quer libertar-se de uma exclusão opressora de há muito. Em nome de unidade nacional busca-se Primeiro(a) Ministro(a) de zonas ditas das mais excluídas e depois se descarta como se de lixo se tratasse.  
A casa está suja! O suporte da unidade está tão estirado que a qualquer momento a ponte sobre o Save desaba. A culpa é e ficará exclusivamente a cargo dos frelimistas da FRELIMO.